sábado, dezembro 21

ALCIDES, O MAIS APLAUDIDO DO MACKENZIE, Roberto Anania de Paula

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Alguns até já se esqueceram, mas a cerimônia da nossa formatura foi realizada no auditório da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em Dezembro de 1969.

Até 1967, a formatura da FMUSP se não me engano, era realizada no Teatro Municipal. A 50ª não sei aonde se formou e mesmo assim todos usaram o branco. A 51a, acho que nem ato de formatura houve, em sinal de protesto. Vivíamos o lamentável tempo da ditadura e do A.I. 5.

Mas nós da gloriosa 52a,, desde aquela época “Sempre Juntos”, conseguimos nos formar de beca e tudo no Mackenzie, palco de tantos embates esportivos da Mac-Med. Talvez o Berger possa explicar melhor o fato da solenidade ter sido realizada lá.

A cerimônia conduzida pelo Prof. Dr. João Alves Meira, secretariada pelo querido Dr. Dante Nese, paraninfada pelo jovem Dr. Gabriel Wolf Oselka, com a presença dos nossos homenageados, teve como orador o La Laina e o Berger como leitor do Juramento. Sentados em fileiras em ordem alfabética, fomos declinando nossos nomes, levantando do lugar e uma vez todos de pé, repetimos o Juramento conjuntamente com o “chefe”.

Houve inclusive um ensaio matinal de treinamento e o José Valdir de Castro, mesmo sob sedativo, teve dificuldade em pronunciar o próprio nome devido a emoção e sua disfemia. Durante a cerimonia, sentado entre o Borgiani e o Cury, por idéia deste, imaginamos dublar o Zé Valdir, caso não conseguisse declinar o nome. E assim, naquele exato momento, no vazio do silêncio, iniciamos o “José”, quando subitamente o sonoro Jooosé Valdir de Castro soou instantaneamente pronunciado pelo Zé. Coisas do caríssimo amigo Professor Pardal. Como ainda estávamos sentados e encobertos pelos que estavam à frente nos divertimos muito.

Como no auditório cabiam umas seiscentas pessoas, o número de convidados foi pequeno, cabendo a cada formando 5 ou 6 convites.       Quando solicitado a receber o “cartucho”, cada formando evidentemente recebia aplausos mais calorosos dos familiares e um ou outro disperso pelo salão , dado às eventuais amizades conquistadas entre familiares durante os anos.

Os dois colegas que vieram através do acordo cultural Brasil/ Bolívia e Brasil/Panamá foram os últimos a serem chamados. Para ser sincero não me recordo da presença da Dolly Elsi Chan Chio, consulesa do Panamá em São Paulo, enquanto aluna.

Mas após o anuncio do Alcides Marquez Calle vindo da Bolívia, pronunciado com ênfase pelo Dr. Dante, o Mackenzie explodiu em palmas, como se cada familiar dos demais formandos se sentisse também um pouco responsável por aquele que durante 6 anos se privou do carinho constante da família.

Recentemente, na pizzada do Nese, ao recordar este fato, a Nilda, esposa do Alcides, confirmou tudo – mesmo com dezesseis anos, estava presente na ocasião, evidentemente já pensando no futuro maridão.

E foi assim que o nosso Alcides se tornou o mais aplaudido do palco do Mackenzie.

3 comments

  1. Eduardo Berger 13 setembro, 2018 at 11:11 Responder

    Quantas lembranças, meu querido Parceirinho!!

    Vou tentar puxar pela memória:
    1. A formatura da 50ª foi o no Teatro Muncipal, todos de branco, sem beca. Os dirigentes da FMUSP não compareceram, foi uma cerimonia extra oficial. O Prof Dr Luiz Hildebrando Pereira da Silva, falecido há poucos anos, foi o paraninfo. Era membro do Partido Comunista. Foi cassado pelos militares
    2. A 51ª foi paraninfada pelo Prof Dr Eduardo Marcondes em cerimômia oficial, salvo engano, também no Mackenzie. O Municipal esteve em reforma/restauração, por longo periodo

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