A MASSAGISTA E O ORTOPEDISTA, Paulo José Szeles
Embasado em fatos reais, com pouca ficção.
Minha clinica ortopédica instalada no ABC há 33 anos, numa casa ampla no jardim do mar, já teve muitos casos que ficaram na historia.
Certa vez, nos anos 90, atendi uma moça que se queixava de dor no pescoço e no ombro. Após as formalidades habituais, perguntei se havia acontecido algo incomum. -“Vou confessar doutor, nesses casos é preciso falar a verdade. Sou puta e trabalho na casa de massagem ai na frente”.
Foi assim que fiquei sabendo, então, que lá havia uma casa de massagem, na qual trabalhavam, como diria um nosso ex-presidente já falecido, ‘senhoritas que mercadejam o corpo de maneira vil’.
Observando mais atentamente seus atributos físicos, me parecia mais uma costureira, daquelas que fazem pequenos reparos em casa, como barra de calça, serzir meias, etc, do que propriamente uma ‘massagista’. Fiz cara de paisagem, imaginando como sua cervicalgia poderia estar relacionada à sua atividade profissional. Tratei-a, ficou curada e agradecida. Nunca mais a vi.
Tempos depois, fiquei sabendo que havia se casado com um ortopedista que a tratava de maneira menos formal que eu, atendendo-a diversas vezes após o horário de expediente. E viveram felizes para sempre.
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Interessante esta estória do Paulo: em minha cidade temos 3 casos iguais de colegas que casaram com moças de programa e que viveram felizes. Formaram família e tiveram vida normal…