Meu primeiro consultório, o montei num quarto do andar de cima de uma casa, o que lhe conferia um ar acolhedor. Tinha um terraço simpático, onde eu tinha algumas jardineiras com flores. Em dias de bom clima, em duas cadeiras de armar, fazia as sessões de terapia em meio às flores. Era sensacional.
Enquanto aprendia sobre a vida com os pacientes, acabava também aprendendo com meus girassóis. Sim, porque, a um olhar superficial, parecem apenas flores, mas, olhando bem, são como nós. Levam tempo para se desenvolver, têm que suportar vento, chuva, golpes que os ferem. Mas, quando desabrocham para o amor da luz do Sol, vivem desse amor e para ele, mostram a maravilha da criação, contorcem-se sobre o próprio corpo para poder manter seus olhos nesse amor. Poucas coisas devem ter essa maravilha de uma pessoa e de um girassol que amam.
Percebi que, no caso deles, são ávidos por seu amor, passam o dia o seguindo com o olhar.
Acabei aprendendo que vivem a maravilha do amor dessa forma intensa por que têm para isso um curtíssimo tempo, esse que chamam de vida.
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Nós deveríamos ser como os girassóis, e capturar a energia solar.
Já começamos, lentamente, a fazer isso.
A energia fóssil, que já fez e está fazendo muitas fortunas, teve sua vez; é poluente e tem que ser substituída, mas não pela energia atômica. Só devem existir reatores para produzir isótopos radioativos que são usados na medicina, agricultura e indústria.
O escritor Yuval Noah Harari escreveu em um de seus livros, que a energia que recebemos do sol em duas horas somente, daria para movimentar todas as máquinas do planeta, desde liquidificadores a usinas de qualquer tipo, além de nossos veículos automotores, navios e aviões
Estamos presenciando acidentes climáticos cada vez mais freqüentemente.
O planeta, poluído, está mudando.
Por quê não copiamos alguma coisa dos girassóis???
SABEDORIA!
Como sempre, muito bem colocadas as palavras de nosso velho amigo Véio Macedo!
A história do Lalá e o comentário do Macedo, uau como é bom fazer parte desta 52° turma!