Felicidade em dose múltipla:
Em 1964, tive a felicidade de ser um dos 101 selecionados de um universo de cerca de 5000 (?) indivíduos: tornei-me aluno da nossa FMUSP, passei a ser um “filho de Arnaldo”.
Ainda calouro, felicidade dobrada: fui convidado a fazer parte do SHOW MEDICINA e tornei-me um palhaço “juramentado”, um participante fanático dessa fantástica “Instituição”.
No ano seguinte, mais uma dose superlativa de felicidade: fui escolhido entre meus pares para ser um futuro diretor do SHOW! Naquele tempo o diretor era sempre um quintanista. Aguenta coração!
Mais um ano e assumo a tesouraria do SHOW: recebi o cargo sem um níquel no caixa – NUNCA HOUVE “CAIXA”… Nosso SHOW era rico em conteúdo e paupérrimo em recursos financeiros. Em verdade três eram nossas fontes de arrecadação: a “bilheteria” da edição do sábado, o “chapéu” que a gente passava à saída, no espetáculo da quinta, e a renda de um “Esqueleto`s”, os inesquecíveis bailes que o Departamento Social do CAOC promovia, e nos oferecia para ajudar a custear o SHOW. Era muito pouco…
Eu queria um SHOW melhor, precisava inventar alguma coisa para “levantar grana”… dei tratos a bola, várias idéias (nenhuma concreta) e, aí sim, a felicidade das felicidades: ter um colega de turma, um amigo, um parceiro, um irmão, um… o que mais dizer para caracterizar essa alma gêmea? MARCUS AURELIUS ALBUQUERQUE RANOYA!
Abro parênteses: estávamos aí pelo SHOW de número vinte e poucos (foi fundado em 1944) e em nosso HC (hoje já não tão nosso…) havia uns pares de antigos participantes. Pois bem, o RANOYA me falou: “Porque você não cria um LIVRO DE OURO? Passa pelos corredores do HC fala com os “velhos”, mostra pra eles, pede para que escrevam pequenas mensagens e ofereçam alguma quantia para auxiliar o SHOW”?
Que cabeça privilegiada a do meu irmãozinho! Que idéia genial, claro, imediatamente aceita! Abri o tal livro e peregrinei pelo HC, pelas clínicas, salas e corredores, “mendigando” aos velhos da época: recebi mais negativas do que contribuições (não os culpo, não estavam acostumados com esta prática…), mas valeu muito! Enriquecemos bastante o caixa e, naquele longínquo 1966, meu pranteado irmão Jose Mario dos Reis da 50ª (que descanse em paz), foi o diretor de um SHOW que se aproximou das super-produções “hollywoodianas”!
Mais alegrias: ter o privilégio de participar ativamente na criação do BUM e do CUM (“Ballet e Coral Universitário Medicina”).
Podem me creditar também ter sido o primeiro tesoureiro a passar o LIVRO DE OURO DO SHOW MEDICINA, mas não se esqueçam: foi o RANOYA o seu autor intelectual, o verdadeiro criador!
Há praticamente meio século, recebo, anualmente, as visitas dos tesoureiros do SHOW… rabisco minhas mensagens e ofereço minha contribuição pecuniária ao “livro que eu inventei”: bebo, sempre nos meses de agosto, uma dosezinha do veneno que eu criei (rsrs) – o faço sempre com o peito cheio de alegria e a alma plena de FELICIDADE!
Minha felicidade só não é completa porque perdemos o RANOYA em 11 de agosto de 2012. Estive ao seu lado por 48 anos e meio consecutivos: desde nosso primeiro dia de aula do curso médico, depois na residência e num curto período na preceptoria da extinta 2ª Clínica Cirúrgica, e em toda nossa vida profissional. Elevemos nossas preces para sua alma: a alma de um médico brilhante, de uma inteligência superior!
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EMOCIONANTE! ATO DE ETERNA AMIZADE. SÓ PODIA PARTIR DE VOCÊ… ABRAÇÃO1 (Masamiki Okayama – 2013)
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Sem palavras, só emoção… A HISTÓRIA do SHOW MEDICINA deveria ser transformada em um livro. A ideia está lançada! (Samuel Abramavicus – 2013)
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Quando se escreve com a alma é que saem coisas assim…um beijão, meu querido xará. Ano que vem, haveremos de comemorar, os que “estivermos”, os 50 anos de convivência com gente que, sem fazer antes parte de nossa vida, passou a pertencer definitivamente a ela. (Eduardo Verani (2013)
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Só hoje li sobre o livro de ouro do Show que você escreveu, e me emocionei às lágrimas ao recordar o Ranoya de vermelho justíssimo, meia de seda e salto. No decorrer da minha vida eu cruzei e trabalhei com o japonezinho “Leão da Metro” do Show. Lembra que fui junto com a Ceci, costureira do Show? (Alzira T Clauzet – 2014)
Puxa Alzira: como eu poderia esquecer? Você foi uma colaboradora muito querida e o Ranoya foi, disparado, a MISS SHOW MEDICINA! (Eduardo Berger – 2014)
BEEELEEEEZAAAA!!!! (Masamiki Okayama – 2014)
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Berger, hoje tive uma grande emoção: Recebi uma foto do time de vôlei na MacMed 1967. E tenho a honra de estar aí, na companhia de tão grandes colegas e irmãos da Fmusp. Mas vendo você nessa foto me fez lembrar também doutra fase gloriosa, a minha participação no nosso Show. Sempre quis ser un ATOR do show, mas o Bachella descobriu que minha experiencia em teatro era… a maquiagem! E Paf! imediatamente ele achou o herdeiro dos pincéis para quando ele se “aposentasse” do cargo. E há uns 10 anos atrás, remexendo em papéis velhos, sabe o que eu encontrei? O programa do Show de 1967, assinado por todos vocês e dedicado ao “Mãos-de-fadinha”, que foi o apelido que o Telésforo espetou ni mim…. Hoje, quase 50 anos depois, ainda guardo o calor daqueles tempos que me leva a superar o frio deste lugar onde moro hoje, O Canadá.
Saúde, Berger velho de guerra!