
No final dos anos ’70/inicio dos ’80, decidi comprar uma fazenda em Montividiu, sul de Goiás, cujo dono era de Jundiai, já estava velho (nossa idade, hoje) e queria se desfazer do patrimônio. Depois de vários contatos telefônicos, combinamos uma ida para lá. Como sempre, levo alguém do metiê e, no caso, um primo longe, com fazenda em Rio Verde, lá por perto.
Decolamos de Araras, no meu Cessna 182 – Skylane, pousamos em Jundiai, pegamos o proprietário e lá fomos rumo ao desconhecido para mim. Curiosidade: meu primo colocou um 38 na cinta, com cinturão de balas, e o proprietário tinha uma pistola de repetição, atravessada num coldre no peito!
Ao pegar as malas para colocar no bagageiro do avião, fui advertido pelo velhinho: –“cuidado moço, a outra também está carregada”!
Quatro horas depois, um pouso em Rio Verde para aliviar a bexiga e reservar hotel, e decolamos para Montividiu, um vilarejo de imigrantes mórmons americanos.
Eu estava acostumado com terra roxa de Araras, mata alta, de Jacarandá, Jequitibá, Ipê, e quando olhei para baixo, vi aquele cerradão vermelho,
com muita areia, mato baixo e bem plano. Não havia sinal de civilização por perto, o que me desanimou de vez.
Voltando para dormir em Rio Verde, no jantar conversando com o proprietário, eu dei minha impressão sobre a propriedade e as terras da região. Mococa, onde nasci, é terra de café, massapé, com mata tão alta como de Araras. Outra fertilidade!
Ele, o proprietário, ficou; eu e meu primo voltamos.
Eu estava acostumado com terra roxa de Araras, mata alta, de Jacarandá, Jequitibá, Ipê, e quando olhei para baixo, vi aquele cerradão vermelho,

Voltando para dormir em Rio Verde, no jantar conversando com o proprietário, eu dei minha impressão sobre a propriedade e as terras da região. Mococa, onde nasci, é terra de café, massapé, com mata tão alta como de Araras. Outra fertilidade!
Ele, o proprietário, ficou; eu e meu primo voltamos.
Durante o vôo, ele me falou da sua expectativa de futuro, com uso do calcário nestas terras ácidas, tudo ficaria mais fácil corrigindo o solo. Não tive coragem, eu teria que largar a medicina e minha clínica estava crescendo rapidamente. Por lá não haveria, tão cedo, campo para um cirurgião vascular. Tocar a fazenda à distância, nem pensar!
No mês seguinte meu primo foi para lá e comprou a propriedade do velhinho de Jundiai . Hoje, aos 80 anos de idade, ele tem 15 mil hectares (!) de terras por lá e mora sozinho naquele império (mais uma história para os netos).
No mês seguinte meu primo foi para lá e comprou a propriedade do velhinho de Jundiai . Hoje, aos 80 anos de idade, ele tem 15 mil hectares (!) de terras por lá e mora sozinho naquele império (mais uma história para os netos).
E SE EU TIVESSE FEITO DIFERENTE??
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