GRATIDÃO NIPÔNICA X NEGÓCIO BOM… MAS SUSPEITO por Flavio Soares de Camargo
Muitos dos que me acompanham já observaram essa minha velha companheira, utilíssima auxiliar nas coisas da fazenda.
Vamos á estoria deste veiculo…
Há algumas décadas, tive um paciente japonês, obeso, com diabetes e com aquelas feridas de perna. Foi um tratamento longo mas deu certo. Pessoa muito simples.
Eu pouco fiz, pois com um emagrecimento importante a ferida cicatrizou por si.
Ele ficou extremamente agradecido se tornando um amigo.
No tempo que durou o tratamento conversamos muito e contamos nossas historias de vida. No final, já curado, ele disse que queria me dar um presente surpresa. Convidou-me para ir ate a casa dele, e lá fui eu para mais uma aventura da vida.
Bairro simples de periferia, um muro comprido e, para minha surpresa, o muro cercava um quarteirão inteiro. Num dos cantos, um barracão gigantesco com peças automobilisticas de todos os tipos, classificadas por marca! De pneus a motores, chassis, latarias – ele era um sucateiro e o quarteirão inteiro era dele.
O portão aberto, entrei, e lá estava o japa me esperando com um gigantesco sorriso na boca. Esta situaçao é muito séria na cultura japonesa – não se esqueça que trabalhei com o José Yuji Saito (54ª turma) durante 50 anos.
“Dr vamos montar um carro pro senhor brincar na sua fazenda.”
Poderia ter sido uma D 20 ou uma F 1.000 mas, sendo uma Toyota, foi minha forma de homenageá-lo.
Foi assim que nasceu a minha velha Toyota… Uma roda difere da outra, mas todas do mesmo tamanho.
A estória não termina aî: ele fez questão de, pessoalmente, ir ao Detran e regularizar a documentação.
Muitos anos depois, meu ex-genro marido da Flavia que produzia flores, vendo o sucesso que foi a Toyota, resolveu encomendar uma D 20 para entrega de vasos.
Lá foi ele e, realmente, saiu com uma bela D 20, por 1/3 de valor de mercado.
Um tempo depois, foi barrado numa blitz e o carro guinchado!
O motor era adulterado sendo remarcado!
4 comments
Leave a reply Cancelar resposta
-
Um planeta chamado Caos, por Antônio A de Macedo Costa
7 de janeiro de 2019 -
Faintuch, o maior orgulho acadêmico da 52ª, por Anita Leme da Rocha Saldanha
17 de julho de 2021 -
O COMPRADOR DE FAZENDAS… por Flavio Soares de Camargo
26 de junho de 2022
Protegido: A TRAJETORIA DE PIO PEREIRA DOS SANTOS, por ele mesmo
5 de dezembro de 2024Boanerges de Souza Massa, o “RETORNO” – por Eduardo Berger
24 de janeiro de 2024
Muito boa a história!
Você recebeu um presente causado por gratidão. O seu genro foi buscar um bom negócio num lugar suspeito.
Você escolheu algo que homenageava o doador. Seu genro escolheu o melhor custo benefício.
O japonês era o mesmo. Você o abordou por um lado, o seu genro por outro. As intenções também foram diferentes. Pode ser que o motor do seu Toyota também tenha sido adulterado, mas, por ser simples e de trabalho, seria menos visado pela fiscalização.
O título deveria levar em conta isso…
Psicanalista em ação!
Perfeito!
Toyota Bandeirantes me traz recordações Qdo estava no cursinho, morava num quarto de uma casa de médico. Para ajudar na despesa, servia de motorista nas minhas horas de folga, a noite e fins de semana. Era a diesel e tinha que puxar um botão e acionar o motor. Este fazia um barulho de caminhão.
Era duro e pulava bastante, carro para o interior.
Se cuidar, dura eternamente. Cuide bem também do seu japa, Flávio, porque ele arrumará as peças que você, porventura, precise. Não achará mais nas revendedoras
Boa sorte com o seu tanque
Excelente arrumada Berger !