domingo, dezembro 22

ALZIRINHA, POR ELA MESMA – ALZIRA T CLAUZET

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ALZIRA TEIXEIRA CLAUZET, uma mistura de índia e francês por parte de pai e portugueses por parte de mãe, de uma família de engenheiros, desenhistas, artistas e professores, que aos 15 anos decidiu ser médica.

Então, com determinação começou a dar aulas particulares de todas as matérias possíveis para poder pagar o cursinho pré-vestibular. Acabou ganhando uma bolsa no curso noturno do então Cursinho Di Tulio, e com o dinheiro comprou o seu primeiro microscópio binocular.

Entrei na Santa Casa e FMUSP e perdi a hora para a primeira prova da Paulista. No quarto ano da faculdade troquei as aulas particulares pelos plantões (obstetrícia na Maternidade São Paulo com Rosinha (51a.), pediatria na Cruzada Pró Infância com Yasue e clinica geral no Hospital Geral da Lapa com Cleyde Cley). Vivia sonada.

Quando nos formamos, na época já casada com Juarez desde o quinto ano, fui trabalhar com Prof. Junqueira na microscopia eletrônica. Primeiro como bolsista da FAPESP e depois como Auxiliar de Ensino da FMUSP. Nesse período trabalhei com material gástrico humano graças ao nosso amigão Mammana, que na época estava na Cirurgia do HC.

Naquela época, dominando a técnica de microscopia eletrônica, eu tinha oportunidade de trabalho nos Estados Unidos, França e Itália. Por várias razões, escolhi a Itália e fui fazer pós-graduação na Universitá degli Studi di Milano e trabalhar junto ao Instituto dei Tumori di Milano em um hospital regional. Nesta época já trabalhava com Patologia do trato genital inferior.

Após cinco anos na Itália, na terceira vez que o Hospital Regional de Crema entrou em greve geral porque tinha uma estrangeira (eu) tirando o lugar de trabalho de um italiano, não esperei que eles abrissem o concurso para os italianos e que depois que não aparecesse nenhum italiano para minha vaga, eles me recontratassem como das outras vezes.

Decidimos voltar para o Brasil. E assim retornei com duas filhas que nasceram lá e um companheirão, Marcos Leite de Souza, engenheiro, com o qual viverei para sempre.

Chegando aqui fui trabalhar no Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho na Patologia e meio período em Medicina de grupo como pediatra. E assim continuei sempre meio período na patologia (Serviço de Assistência Médica de Barueri concursada, e depois meu laboratório particular – Citologia Aplicada ) e meio período na pediatria, chegando à chefia após cursar administração hospitalar no Centro São Camilo. Trabalhava de sol a sol e, aos sábados a tarde, atendia como voluntária no Serviço de Saúde de Itanhaém. A essa altura a família já tinha crescido e nós já tínhamos a nossa brasileirinha.

Em 1990 voltei a FMUSP com a nossa Profa Dra Darcy Monteiro e fiz Doutorado no Departamento de Patologia da FMUSP (Estudo Comparativo dos aspectos colposcópicos, citológicos e do tipo do HPV, contribuindo para a avaliação prognóstica nos casos de lesão intraepitelial de baixo grau). Na parte Clinica trabalhei meus últimos 15 anos como Médica de Família concursada da Prefeitura de Cotia.

Hoje, aposentada como patologista e clínica, sou ARTISTA, com o meu “ATELIER CLAUZET”.

5 comments

  1. Roberto Anania de Paula 11 outubro, 2018 at 08:47 Responder

    Alzira, parabéns pela vida acadêmica, familiar, profissional, humanitária e artística.
    Fiquei feliz em conhecer sua trajetória.
    Seguramente é um orgulho para a nossa 52a.

  2. Flávio Soares de Camargo 11 outubro, 2018 at 09:09 Responder

    Fantástica as :História e estória de sua vida Alzira , tão quietinha e fez tanta coisa . Viveu cada momento que a vida te ofereceu agarrou o que passou em sua frente com as 2 mãos .!!” Parabéhs ,

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