segunda-feira, outubro 7

“Um ônibus-leito… coisas da vida” de Flávio Soares de Camargo

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Tive um episódio muuito divertido no passado, numa de minhas idas para Araras.

Colocaram um ônibus leito no nosso trajeto.

Inverno de geada, e ao meu lado uma jovem senhora. Ela vinha de longe, de Santa Catarina, e já estava com doze horas de viagem. Entrou, colocou a mala em cima, na prateleira, deitou o banco e ‘apagou’ de vez. Cheguei depois, sentei na poltrona do corredor, e o ônibus saiu de Campinas, extremamente confortável, macio, novinho, aquecimento central, música ambiente suave, enfim ‘top’ de linha. Ônibus de excursão, fazendo linha para ser deslocado.

Inclinei o banco e lá fomos nós. Ônibus com lotação completa. Minha ‘companheira’ roncando – empurrei o pescoço dela para uma posição que melhorasse o ronco, coisa que aprendemos no hospital em pacientes em coma. Ela foi girando, não o pescoço, mas o corpo todo, e jogou a perna por cima de mim apoiou a cabeça no meu ombro e parou de roncar… Como o barulho que ela fazia roncando era muito alto e de repente parou, os vizinhos deram uma olhada para ver a mágica feita. A risada foi se espalhando pelo ônibus e a dama completamente neutra!

Chegando em Araras, eu a acordei devagarinho e todo mundo esperando os acontecimentos.

Acordou pendurada no meu pescoço, a perna no meu umbigo, abriu um gigantesco olho, e gritou: – “Meu Deus, que mico”! Risada geral!
E cada um foi para seu canto.

1 comment

  1. FLAVIO SOARES DE CAMARGO 8 dezembro, 2022 at 01:53 Responder

    Boa montagem, Berger! Ficou ótimo.
    Obrigado, amigo!!

    O quotidiano pode enfeitar a vida, basta prestar a atenção nas pequenas coisas.

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