segunda-feira, outubro 7

TOSHIO MOCHIDA: “um novo olhar”!

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Dr. Toshio Mochida        Radiologia – Hospital Central – Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Dr Toshio Mochida, em  poucas palavtas, relate sua história:

Me formei em medicina na USP e terminei minha residência no Hospital das Clínicas, quando fiquei sabendo que o Hospital Central estava precisando de médico de radiologia. Algumas pessoas me criticaram por ter optado vir pra cá, pois ainda não havia um nome reconhecido deste serviço, porém eu tinha um colega que era médico aqui, então fiz uma entrevista e fui aprovado. Entrei fazendo exames contrastados, laudos de raio-x geral, etc. Como não existia residência, eram apenas estagiários, então, além de atuar na radiologia, fiquei responsável de ensiná-los e a partir deste momento não parei mais de ensinar pois vieram os residentes posteriormente. Sempre trabalhei no Hospital Central e depois passei a trabalhar no Santa Isabel. Continuo aqui pela satisfação pessoal, por amor ao que eu faço, e atendo as pessoas, mesmo antes do meu horário de trabalho começar, faço isso porque gosto.

De que forma o Hospital Central contribui para sua vida profissional? O que é mais gratificante em seu trabalho?

Por ser uma instituição de referência, atendemos todo tipo de patologia (trauma, tumor, infecção), com isso adquiri uma ampla experiência. Costumo chegar mais cedo para conversar com os pacientes e agilizar o trabalho, isso me gratifica.

Tem alguma curiosidade ou fato marcante que viveu na Santa Casa?

Sempre gostei muito de fotografar. Há mais de 20 anos registro fotografias da Santa Casa, minhas fotos foram doadas para o Museu e grande parte das fotos que as pessoas usam são minhas. Também ganhei o primeiro lugar em um concurso de fotografia, onde o tema era “Flor de Ipê”.   Sinto-m e honrado de estar aqui, pois tem uma característica própria, é uma instituição filantrópica como nenhuma no mundo. Meu desejo é que ela sempre continue servindo ao país, pois é um hospital do povo que acolhe a todos, desde os mais ricos até um morador de rua, de São Paulo ou de outros estados.

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Defina o Hospital Central em uma palavra:

ÚNICO! A Santa Casa representa minha vida, minha história, pois dediquei boa parte dos meus anos aqui.

 

 

(a) Toshio Mochida

 

Publicação do Jornal da Radiologia da Santa Casa, autoria de Angelo Chelotti Duarte (Residente do 2º ano) –  janeiro de 2020

Homenagem ao Dr. Toshio Mochida

“Nascido no dia 10 de março de 1941, em Pereira Barreto, São Paulo, Toshio Mochida graduou-se em Medicina no ano de 1969, Turma 52 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 1972, integrou-se à equipe de médicos radiologistas  da Santa Casa de São Paulo, onde passou a fazer parte do rico ambiente de aprendizado em meio aos pacientes, médicos, residentes e alunos da faculdade de Medicina.

Desde então, além de contribuir para a formação de centenas de médicos residentes com sua habilidade, experiência e gosto pela especialidade de Diagnóstico por Imagem, o Dr. Toshio também se tornou destaque por outra de suas paixões, a fotografia.

No ano 1998, a Santa Casa promoveu um concurso de fotografias do Ipê, conhecida e admirada árvore localizada no jardim de nossa Instituição. Na época, o Dr. Toshio, dentre tantos outros, inscreveu-se no concurso e conquistou a 1ª colocação, sendo premiado com a publicação da sua foto na capa da 27ª edição do Jornal da Santa Casa de São Paulo, em janeiro de 1999, e no cartão de natal da Instituição.

Em março de 2007, o Dr. Toshio realizou a exposição fotográfica denominada “Santa Casa: Um Novo Olhar”, onde aplicou seu olhar clínico enquanto médico Radiologista, exaltando todos os detalhes do estilo gótico do prédio centenário da Instituição. Suas fotos foram capa de muitas das edições do Jornal da Santa Casa.

Na Radiologia da Santa Casa, uma cena clássica durante décadas: nosso estimado Toshio, orientando seus  residentes! Na foto, Ayla Tiemi Yamamoto Mota e Angelo Chelotti Duarte, o autor da publicação.

Além de sua atuação como excelente radiologista e fotógrafo, Dr. Toshio também demonstrava prazer em ensinar. Nos últimos anos, dedicou-se diariamente a liberar laudos com os residentes do serviço, não hesitando em emprestar seus livros para os alunos estudarem, apenas com a condição de sempre os devolver, caso contrário… Dr. Toshio tinha muito zelo pelo seus livros e pen-drives com as adoráveis fotos da Santa.

O Journal Club e o Serviço de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo gostaria de dizer publicamente o nosso muito obrigado, Dr. Toshio, falecido dia 06 de dezembro de 2019.”

 

Toshio e sua inseparável câmera fotográfica… num evento da colônia nipônica.

6 comments

  1. Flavio Soares dr Camargo 20 maio, 2022 at 14:18 Responder

    Que Deus o tenha abrigado. Saudades do companheiro mais reservado. Sua despedida também foi assim. Conforto à família.
    Toshio, Radiologista. Formou-se conosco e fez residência na Santa Casa e perdemos contato, pelo menos eu. Puxa. Mais um que se foi.
    O Toshio morou comigo numa época dura da vida dele. Foi no 3º ou 4º ano. Ele já tinha uns 30 (?) quando terminou a faculdade.
    As vezes, só tínhamos pão com manteiga e um copo de leite para cada um… E dávamos risada de tudo, até de trombada. Morávamos na Avanhandava, esquina da Paim, ao lado do treme-treme, onde, embaixo, havia um bar com uma frequência muito exótica. Éramos tratados com enorme carinho pelas damas da noite: afinal éramos estudantes de medicina da FMUSP, ou seja, Caxias pacas! O papo era divertido e, depois, cada um seguia seu rumo, eu e o Mochida para os livros e elas para a profissão mais velha do mundo .
    Difícil imaginar o Toshio com as damas da noite. Rsrsrs. Me lembro bem!

  2. FLAVIO SOARES DE CAMARGO 21 maio, 2022 at 11:45 Responder

    Não sei se se trata de uma estória ou história .
    Fui fazer uma cirurgia de joelho na Sta Casa de São Paulo com Dr Nilson Severino .
    Apesar de eu ter o convênio Sul América, pela APM, me colocaram numa e enfermaria.
    Fiquei assustado e pedi que me chamassem o Professor Toshio Mochida, e avisei a enfermeira que eu não iria para o centro cirúrgico sem a presença dele.
    Do Dr Nilson nem sinal .
    Eis que vejo entrar o nosso colega Toshio, completamente arrebentado, destruído cheio de sequelas ortopédicas e neurológicas.
    Me cumprimentou, pediu para a enfermeira aplicar o pré anestésico, pois Dr Nilson estava no centro cirúrgico terminando uma artroscopia e eu seria o seguinte.
    No centro cirúrgico, já na mesa, Dr Nilson conversando sobre eu ser colega de classe do Toshio, me perguntou sobre o acidente que ele havia sofrido. O relato foi o seguinte: ele tinha uma espondilite anquilosante e, como deveria ser corintiano, foi ao estádio assistir um jogo; devido ser deficiente físico, entrou na frente de todo mundo; como não conseguia caminhar direito, ao abrirem-se os portões, ele foi pisoteado pela turba de fanáticos!
    O que já estava ruim ficou péssimo com afundamento de tórax, etc. Não morreu por pouco!

    • Daniela Mari Mochida 22 maio, 2022 at 12:17 Responder

      “Hahaha. ele não gostava muito de futebol; o pisoteamento ocorreu mesmo, mas foi em uma feira beneficente na APAE. Teve um tumulto na entrada

  3. Daniela Mari Mochida 22 maio, 2022 at 11:03 Responder

    Muito obrigada pela homenagem a meu pai Toshio, eu e minha mãe ficamos felizes com as recordações! A saudade mantém viva a memória e as histórias nos aproximam dos entes queridos. Grande abraço 🙂

  4. Flávio Soares de Camargo 31 maio, 2022 at 12:44 Responder

    Foi um aprendizado conviver com o Toshio , ele totalmente focado ,eu completamente avoado . Ele organizado nos mínimos detalhes , eu só não perdia a cabeça porque o pescoço não deixava .
    Excelente companheiro!

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