Pequenas histórias que vivi com meu colega Pio Pereira dos Santos, Reinaldo Borgiani
I. Clandestinidade
Ocupávamos o mesmo quarto no prédio da Residência na época do internato quando, em dado momento, o Pio começou a faltar; de repente, ficou 2 semanas sem aparecer, sem dar sinal de vida. Porém a noticia veio quando policiais vieram vasculhar o nosso quarto, e encontraram anotações minhas de pacientes num livro (Cecil), que o Pio havia emprestado da Biblioteca. Falaram que voltariam para investigar. Nunca mais voltaram, bem como o Pio.
Foi o início da clandestinidade do Pio
II. Bandeira Científica
E lá fomos para Pernambuco fazendo parte do projeto. Foi muito interessante pois conhecemos muita gente, vivemos muitas coisas boas de Recife e também, juntamente com o professor Claudio (se não me engano), fizemos um trabalho de pesquisa de esquistossomose.
Contratamos o ônibus para a ida e volta, porem a empresa não cumpriu o combinado e não havia outras empresas regulares que nos trariam de volta. Problema! Juntamente com colegas pernambucanos fomos falar com o governador Paulo Guerra e explicando que estavam cobrando um valor alto por ônibus fretado. Deu-nos um valor e lá viemos de volta, com exceção do Pio que insistia em ficar mais tempo por algum motivo desconhecido e amoroso, suspeitamos! Deixamos o resto do dinheiro com ele para o caso de alguma dificuldade.
Já em SP o tempo passando e nada de Pio, tendo voltado semanas após e sem o dinheiro que eu teria que colocar no relatório. Refletindo: para quem devolveríamos o dinheiro?
O Pio gastou juntamente com os pernambucanos e pernambucanas. Foi a conduta mais sensata!
III. Médico do mundo
Anos a frente, encontrei o Pio que contou que formou-se e atuou como médico no Chile, Uruguai e Canadá e teve contato inclusive com o Adura. Nessa ocasião, já com esposa, que estariam residindo em Limeira e que trabalhava num programa médico social.
Pio sumiu novamente da minha vida e soube com informações contraditórias que mora em Angola… ou…
A imagem que tenho do Pio: divertido, inteligente e generoso!
Quem tiver notícias, que conte!
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NOTA DO EDITOR: O estimado colega e amigo Pio, está radicado em Florianópolis e atua na área da Saúde Pública.
Observem abaixo, trecho da postagem no site da Universidade Federal de Santa Catarina.
Em 7/12/2015, foi realizado o 1º Encontro Catarinense de Avaliação de Políticas Públicas e Serviços de Saúde, no Auditório do Centro de Ciências da Saúde da U.F.S.C.
O encontro marcou as comemorações dos dez anos do NEPAS (Núcleo de Extensão em Pesquisa e Avaliação em Saúde)
Na ocasião foram realizadas homenagens a pesquisadores, com destaque ao Prof. Pio Pereira dos Santos (o mais alto na foto)
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Muito bom Reinaldo!
Olá Reinaldo ! Minha esposa encontrou este lindo relato da nossa andanças. moramos em Florianópolis desde1987. Me escreva Reinaldo ! Abraços !
Que delícia! Quanta satisfação receber essa mensagem do PIO, inesquecível colega de nossa turma!
Quis o destino que ele trilhasse outros caminhos, mas sua marca na 52ª ficou indelével!
Iniciamos o internato pelo PS e de imediato fomos morar no prédio da residência. Alguns que moravam no interior. O Pio, Reinaldo, Romeu, Dela Nina, e outros fazíamos parte desta panela. Logo na primeira semana fui procurado à noite por um jovem que queria falar com o Pio. Na sua ausência pediu-me que desse um recado à ele relativo à saúde da Sra. sua mãe. Assim esperei a chegada do Pio e dei o recado. Foi a última vez que o vi. Dias depois sua ausência foi explicada: jornais anunciaram que interno do HC dava assistência à grupos políticos clandestinos . Para nós daquele grupo foi uma surpresa.
Oi pessoal. Vi o relato do Reinaldo e me lembrei de quando me reencontrei com o Pio. Eu estava no segundo andar do prédio da Faculdade, onde ficava a secretaria, quando o reencontrei. Ele estava agilizando a revalidação do seu diploma obtido no Canadá. onde concluiu o curso médico com a ajuda do Adura e do Maciel, que estava lá em um estágio de neurocirurgia. Contou que tinha residido em vário países, sendo o último em Angola. Estava residindo em Limeira. O que me chamou a atenção foi o seu sotaque angolano. Depois disso, só agora tenho notícias.
Obrigado pela notícia.
Vou tentar refazer o contato. Abraços a todos!
Nesta época encontrei o Pio na Av. Duque de Caxias lá perto do DOPS e quando fui conversar com ele todo animado estranhei sua reação. Estava muito nervoso e pareceu contrariado com o nosso encontro e me dispensou rapidamente. Não sabíamos ainda das suas atividades para acadêmicas.
Na mesma época, saindo do consultório do meu pai na Rua Jaguaribe parei na esquina mais próxima onde tinha acabado de acontecer uma pequena colisão e um dos envolvidos era o Adura. Parei para fornecer alguma ajuda pro colega e a reação foi a mesma do Pio. Muito nervoso dispensou minha ajuda e pediu que me retirasse. Também devia estar em ação.