sábado, julho 27

SHOW MEDICINA – “SUA VIDA, SUA OBRA”, Eduardo Berger

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A 52ª, entre outras coisas, pode se orgulhar de sua passagem pelo SHOW MEDICINA! As criações do Ranoya, do Lalaina, do Patrício, et cols, resistem ao passar dos anos, são conhecidas, cantadas e decantadas”, por gerações de participantes que se seguiram!

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Em 2014, fiquei P.D.V. com tudo que se fez e falou a respeito desse meu amado. Aí, meti esse desabafo nas mídias da Faculdade.

Quem gosta do SHOW (ou não) talvez tenha interesse em ler).

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“Já é madrugada… Não tenho idéia qual será a extensão desse texto, que ora inicio… Entretanto, tenho a exata dimensão de quão poucos serão aqueles que terão a paciência de lê-lo até o fim: não me importo, eu sou o leitor neste momento! Também saliento que redijo sob emoção, revoltado que estou; as adjetivações são, obviamente, endereçadas aos “bons moços que querem defender minha amada Casa de Arnaldo contra nós, os ‘MONSTROS DO SHOW MEDICINA’!

Em 1944 nasceu o SHOW MEDICINA e todos conhecem a história. Cumpre esclarecer que, à época, seus criadores se inspiraram no esquema teatral “vaudeville” (http://www.infoescola.com/teatro/vaudeville/), algo ultrapassado e totalmente impensável nos dias de hoje! Vamos lá, “meus bons moços”, reformistas, revolucionários: vamos quebrar os paradigmas, acabar com as tradições, modificar tudo?!! Querem mais, fariseus? Então aí vai: meninas que saíssem a noite para ensaiar coisas de teatro eram “faladas” e, certamente, impedidas pelos seus familiares de fazê-lo. A moral e a família eram acatadas!! ‘Corriam’ os anos ’40 (imaginam quais eram os conceitos de moral, sacripantas??!!) Mais? Somem, por favor, ao descrito acima, o fato que pouquíssimas eram as meninas que cursavam a Faculdade de Medicina: eram 4, igualmente na 29ª e na 31ª, turmas de Flerts e Plirts, os irmãos Nebó, criadores da MELHOR COISA DA FACULDADE!!! Me pergunto como possa ser possível a algum cretino, imbeciloide dos dias atuais, pretender que meninas participassem do SHOW?!

Vamos em frente: alguém entre vocês, detratores do sublime, resistentes à tolerância e nada resilientes, já se empenhou em criar algo? Já tiveram a capacidade de pensar: ” estou criando algo para durar”! Há que se manter com firmeza e determinação, algo que foi feito para durar! Não descaracterizar! Quebrar paradigmas não significa destruir as tradições!! As meninas da costura se orgulham em encher o peito e dizer: “SOU DO SHOW”! Nenhuma delas, em tempo nenhum, pensou em subir ao palco! Não que isto fosse ruim ou danosos para o espetáculo, não! Seria apenas mais uma “cunha”, entre tantas, que têm sido encravadas na sociedade, em todos os níveis, e que está levando à sua destruição!

Oh, Senhor, perdoai-os eles não sabem o que dizem (ou fazem…) – o SHOW tem exatamente a minha idade, completo 70 anos amanhã (17 de novembro) e sempre foi o reduto dos alunos que demonstravam mais sensibilidade e amor pela escola! Ou não, Paulo Vanzolini, Antonio Drauzio Varella, Carlos Eduardo Pereira Corbett, Pedro Puech-Leão, João Gilberto Maksoud, Raul Cutait, Mario Telles Junior, Telesforo Bachela, Sérgio Mies, Eduardo Berger (pouco modestamente, EU!)… Há cerca de 2 milhares!

Não se pode calar frente à afronta da imprensa marrom, frente a ofensa do recalcado e incapaz, que me enoja quando, sendo um filho de Arnaldo, depõe quanto a grandeza de nosso SHOW AMADO! Defeitos os tenho, não há como negá-los – o SHOW e seus participantes obviamente, também… Entretanto, quem está podre é a sociedade em sua essência – toda ela – não admito que se queira crucificar um pequeno segmento, tal qual bode expiatório de tudo que há de errado!! Menininhas de 12 anos que “já transam”, crianças que se drogam, famílias que não se respeitam: o que tudo isto tem a ver com o SHOW MEDICINA? Teria sido ele, oh imbecis, que ao nascer em 1944, junto comigo, o provocador de toda essa “zona social” em que nós (VOCÊS!!) vivemos? Tenham a santa paciência e me perdoem o desabafo: DIRIJAM-SE À PQP!!!!!!!!!!! Cuspam para o céu: cairá na sua cara!!

Que se resgate a imensa obra, menos artística, muito mais de agregação, união e amizade que o SHOW criou! VIVA O SHOW! SALVE A ESCOLA”!

 

Apêndice: Assim é se lhe parece – “Cosi é si vi pare” – Obra de Pirandello, Nobel da literatura 1934, trata o tema da verdade, o contraste entre realidade e aparência, entre verdadeiro e falso. O autor põe em cheque a idéia de uma realidade objetiva que, certamente, é interpretada de forma diversa pelos membros de uma sociedade composta por elementos heterogêneos. Analogamente, vivemos um momento em que os fatos sempre terão, como as medalhas, a “cara e a coroa”. O que não se admite é a idéia fixa, o preconceito, o julgamento antecipado.

 

 

 

3 comments

  1. eduardo berger 3 abril, 2018 at 11:16 Responder

    A 52ª teve participação destacada no SHOW MEDICINA.
    Ao longo dos anos, mais de meio século, e até hoje, os “do show” falam e cantam “nossas coisas”!

    Nosso quadro de encerramento faz parte da antologia da querida instituição.
    Poucos anos depois de nossa formatura, eu Ranoya e Lalaina, mais o Lincoln Vallada da 51ª, nos reunimos para um revival daquela nossa despedida…
    VEJA EM “VÍDEOS”

  2. eduardo berger 6 abril, 2021 at 12:44 Responder

    Infelizmente, a coisa não parou por aí…
    As acusações ao SHOW e aos alunos da FMUSP geraram uma CPI na Assembleia Legislativa, onde foram revelados fatos lamentáveis, é inegável, culminando com rigorosas sanções. A mídia “caiu de pau”, os membros da Direção e da Congregação, com raríssimas e honrosas exceções se aliaram aos acusadores, enfim, uma catástrofe para o corpo discente de nossa casa.
    Vejam no link abaixo a que ponto chegou a manifestação da mídia:
    https://racismoambiental.net.br/2016/01/18/as-veias-abertas-da-faculdade-de-medicina-da-usp-por-luiza-sansao-otima/

    O “Templo Sagrado” para o SHOW, o Teatro da FMUSP, foi vedado para os ensaios e para o espetáculo anual. A Atlética, as atividades sociais, o Show sofreram, e continuam sofrendo de um mal que não parece mais ter cura.
    Estamos pagando por todas as “loucuras” que a estudantada do país inteiro, em todos os tempos cometeu!
    Muitos dirão que a punição foi merecida… e foi! Entretanto nenhuma pena pode se eternizar; um dos argumentos mais fortes foi a morte do menino Edison Tsung Chi Hsueh, no trote ao calouro de 1999, há 22 anos. Algo de extrema gravidade e que consternou a todos nós. Mas quase uma nova geração inteira já passou – filhos de criminosos são punidos pelos mal-feitos de seus pais? Ah! Claro: somos um país que prima por um judiciário “sério, justo e rápido”!!

    • Eduardo R Verani 6 abril, 2021 at 13:14 Responder

      Muito boa explicação, Xará.
      Eu, particularmente, como pessoa física, que participei de ambas as atividades citadas (Show e Atlética), não me senti atingido.
      Sinto um orgulho danado da nossa Casa. Deve ter havido muitos abusos por parte dos mais jovens , e isso causou tantas revoltas .
      Além disso, penso eu, há um certo prazer orgásmico em se criticar a Casa, através das atitudes de alguns que estão nela, mas não deveriam, por não entenderem o significado da escola.
      Hoje , há um sem número de indivíduos em cargos , na Faculdade e no HC, externos, “adotados” por eles, mas que não sentiram nem desenvolveram o espírito da Casa.
      Parece que, criticando os pertencentes a ela, que por ela deram sangue, que dela se orgulham, estão se vingando, pelo fato de não terem vivido na nossa escola.

      Isso é evidente e, talvez por esse motivo, fazem questão de denegrir essa nossa escola, como que dizendo a si mesmos: “isto não é o que sempre se falou da FMUSP, estão abertas suas veias“ (como cita o título da reportagem).
      O mundo mudou, claro, mas não tanto o suficiente para se tentar destruir conceitos que se estabeleceram quando esse mundo ainda era melhor, em que respeito, dignidade e orgulho faziam parte do nosso cotidiano.

      P.S. Eu fico PDV, quando “estranhos” se aproveitam das nossas conquistas, usam-nas para se promover e procuram criticar quem os abrigou.
      É simples isso, embora triste .

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