“Um ônibus-leito… coisas da vida” de Flávio Soares de Camargo

Tive um episódio muuito divertido no passado, numa de minhas idas para Araras.
Colocaram um ônibus leito no nosso trajeto.
Inverno de geada, e ao meu lado uma jovem senhora. Ela vinha de longe, de Santa Catarina, e já estava com doze horas de viagem. Entrou, colocou a mala em cima, na prateleira, deitou o banco e ‘apagou’ de vez. Cheguei depois, sentei na poltrona do corredor, e o ônibus saiu de Campinas, extremamente confortável, macio, novinho, aquecimento central, música ambiente suave, enfim ‘top’ de linha. Ônibus de excursão, fazendo linha para ser deslocado.
Inclinei o banco e lá fomos nós. Ônibus com lotação completa. Minha ‘companheira’ roncando – empurrei o pescoço dela para uma posição que melhorasse o ronco, coisa que aprendemos no hospital em pacientes em coma. Ela foi girando, não o pescoço, mas o corpo todo, e jogou a perna por cima de mim apoiou a cabeça no meu ombro e parou de roncar… Como o barulho que ela fazia roncando era muito alto e de repente parou, os vizinhos deram uma olhada para ver a mágica feita. A risada foi se espalhando pelo ônibus e a dama completamente neutra!
Chegando em Araras, eu a acordei devagarinho e todo mundo esperando os acontecimentos.
Acordou pendurada no meu pescoço, a perna no meu umbigo, abriu um gigantesco olho, e gritou: – “Meu Deus, que mico”! Risada geral!
E cada um foi para seu canto.
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Boa montagem, Berger! Ficou ótimo.
Obrigado, amigo!!
O quotidiano pode enfeitar a vida, basta prestar a atenção nas pequenas coisas.