sexta-feira, outubro 18

O PRAZER DE TER REPRESENTADO A FMUSP NOS ESPORTES, Carlos Roberto Martins

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Quero hoje, com vocês, relembrar a participação da 52ª Turma nas disputas de basquete.

Desde adolescente eu frequentava o Clube Sírio, onde era sócio, e lá pude conhecer e acompanhar o seu time de basquete, na época um dos melhores do país, junto com o Palmeiras e o XV de Piracicaba. Daí a tomar gosto pelo esporte e começar a praticá-lo nas categorias de base do clube foi um pulo. Porém, dois anos depois, tive que dar uma pausa de um ano, pois fiz o terceiro colegial pela manhã e o cursinho Brigadeiro à tarde, tornando impossível a prática do esporte, neste ano.
Felizmente fui bem sucedido no vestibular, e eis-me dentro de nossa querida turma.

Logo no inicio de nosso 1º ano voltei ao basquete, no Sírio e em nossa querida Atlética. Da nossa turma também faziam parte o Junqueira, o Waldir Cipola, o Joel Franco, o Chico Luccas, o Ranoya. Lá encontramos amigos sensacionais, como o saudoso Bacalhau, o Carlos Vitório Feriancic, o Militão e os mais próximos Alex e Valdir Pricoli. Depois vieram meu querido e saudoso amigo Osmar Sanna, o também saudoso Átila Denes, o Chico Denes, o Ricardo Nitrini, o Anuar Mitre, o Aziz Cury, o CAOC, o Luiz Alberto C. Oliveira Laco, o Plinio, o Jorge Mattar, e tantos outros.
Tínhamos um bom time, homogêneo, porém sem grandes destaques individuais, de grande projeção. Frente a equipes do nosso nível tínhamos bons resultados, ganhando quase todas as Med-Ita, a Santa-Med , a disputa contra Med-Ribeirão, além do título da Inter-Med, em Campinas. Porém, nossos grandes desafios eram a Pauli-Med e principalmente a Mac-Med, que tínhamos uma verdadeira obsessão de ganhar, um dia.

Acontece que justamente na Paulista tinha um jogador monstruoso, chamado Menon, na época do Sírio e da Seleção Brasileira, e considerado até hoje um dos maiores que já surgiram no Brasil; chegou a ser cestinha do Campeonato Mundial. Pois é, sozinho ganhava os jogos para a Paulista, era imarcável! Além dele, a Pauli tinha também o Tozzi, outro jogador de Seleção. Mesmo assim, lembro de um jogo que perdemos por 52 a 50, foi emocionante, talvez nosso melhor jogo de que participei.

Bem, quem achou que esta era nossa maior pedreira, se enganou! Na época, a Mac-Med tinha um brilho todo especial, era a competição universitária mais conhecida, e esperávamos por ela desde o inicio do ano. Nossas chances de vitória no basquete eram exíguas. Se a Paulista tinha o Menon, e o restante do time era mais ou menos do nosso nível, o Mac tinha Vitor, campeão mundial pelo Brasil em 1962, além do Radvillas, também da Seleção, e o Moutinho, igualmente jogador do Brasil. Mas, mesmo assim, não desanimávamos, sempre na expectativa de que, talvez um dia……

Treinávamos às terças e quintas, ao meio dia, desde o inicio até o final do ano. Já perto da Mac-Med íamos treinar no Pacaembú, local do jogo. Que lembranças maravilhosas, antes do treino tínhamos que montar as tabelas, que trabalhão! Mas, tudo isto haveria um dia de valer a pena. Depois do treino, volta correndo para a Faculdade e tempo para tomar um leite batido ou uma coalhada batida, no seu Abel. E volta para as aulas da tarde! Que dificuldade para encontrar concentração nas aulas de Bioquímica, e mais para frente do curso, aulas na Psiquiatria, Ah, Psiquiatria (com todo o respeito aos nossos colegas psiquiatras), cansados dos treinos e ouvindo as aulas do Albuquerque Fortes, era um tal de Gestalt para cá, Gestalt para lá!

Íamos chegando ao final do curso, e no 4º ano o Mac nos derrotou de novo, e na quadra eles comemoraram os 25 anos de vitorias consecutivas no basquete.
Nosso 5º ano foi muito especial, com a expectativa, os preparativos e a viagem a Europa. Mas, nossos treinos não paravam, e talvez tenha sido o ano mais vitorioso nosso. Ganhamos neste ano o Med-Ita, e chegamos bem no campeonato da FUPE, logo atrás da Paulista e do time de Franca (Helio Rubens, Fransergio e outra feras) . Além disto, ganhamos a Santa-Med e fomos campeões na Inter Med de Campinas.

E chegou o dia 8 de outubro de 1968, dia do jogo contra o Mac. A expectativa e a esperança eram as mesmas, e as chances também. A diferença era que nosso time vinha muito bem no ano. Além disso, a comemoração dos 25 anos por parte do Mac estava em nossas mentes! Que vontade de ganhar!

Foi um jogo muito disputado, equilibrado, e pela primeira vez vislumbramos a possibilidade real da vitória. E ao final do jogo ela finalmente veio! Foi indescritível a euforia, o desabafo contido durante tanto tempo, a alegria que nos envolveu junto com toda a torcida! Não conseguiram emplacar os 26 anos!
Sem dúvida, foi o ponto mais alto que conseguimos ao representar a Atlética, e certamente uma doce recordação que para sempre guardaremos.

3 comments

  1. admin 22 março, 2018 at 23:20 Responder

    DELICIOSA NARRATIVA DO MARTINS! Mackenzie invencível no basquete? MITO!! (Eduardo Berger – 2017)
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    Caro amigo Martins: Nota 1.000. (Murilo Pereira Coelho – 2017)
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    Emocionante seu relato! Que bom nos ter passado isso! Parabéns! (Bonno van Bellen – 2017)
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    Martins, que recordação gostosa Quantas saudades (Waldir Cipola – 2017)
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    Estou entre os saudosos Plínio e Ranoya. Ñ joguei esse jogo em q ganhamos do Mac, no Basket. Nos anteriores, qdo entrava, cabia-me marcar o Vitor. Interessante é q ainda fazia pontos. (Joel De Mello Franco – 2017)
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    Justamente no 5o ano, ñ participei. Porém, estava lá por ocasião da nuvem de ovos. Qdo entrava contra o Mac-sírio, tinha a ingrata função de marcar o Vitor, missão impossível pq qdo ele jampeava, na te nativa inútil de bloqueio, chegava à altura do calção dele. Mas fazia uns pontinhos. (Joel De Mello Franco – 2017)

  2. Valdir Pricoli 9 dezembro, 2019 at 20:37 Responder

    Carlos e demais : muitas lembranças e saudades. Faço uma correção, quando ganhamos do Mac evitamos que completassem 25 anos de voitorias. Não deixamos acontecer as “Bodas de Prata”

  3. Décio Kerr Oliveira 10 dezembro, 2019 at 19:01 Responder

    Jogo inesquecível e memorável e nós, na torcida, tivemos o imenso prazer de “ovacionarmos” a turma do imbatível adversário e sermos “ovacionados” por eles. Quem não gostou muito foi o querido Egídio que voltou pra limpar o estrago.

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