Estou de plantão como interno no PS de cirurgia, quando surge um rapaz de uns 25 anos, trazido por policiais com a história que o mesmo era terrorista e havia pulado do 3º andar do prédio onde estava, para não ser preso pelos militares, que haviam com mandado de prisão, em seu apartamento.
O rapaz (terrorista) ao pular do 3º andar havia fraturado as duas pernas, estava gemendo de dores, incapaz de movimentar os MMII, ele estava apavorado, o que gerou em mim uma intensa consternação, enquanto fazia a anamnese.
Quando comecei o exame físico, levantei a cabeça, para proceder ao exame, vi então, um militar de cerca de 20 anos, com uma metralhadora apontada para o meu peito, pois eu estava examinando o detento, e suas ordens eram para não deixar o terrorista fugir, em espécie nenhuma.
A sensação que senti foi indescritível, ainda mais porque o jovem militar também estava muito constrangido.
Parei de fazer o exame físico e fui conversar com o residente de cirurgia, que, com grande categoria, explicou ao militar a situação do detento acidentado, dizendo que ele ia ser internado e não havia condição nenhuma dele se locomover espontaneamente, por isso podia abaixar a arma.
Foi com alívio que voltei a cuidar do paciente…
O rapaz (terrorista) ao pular do 3º andar havia fraturado as duas pernas, estava gemendo de dores, incapaz de movimentar os MMII, ele estava apavorado, o que gerou em mim uma intensa consternação, enquanto fazia a anamnese.
Quando comecei o exame físico, levantei a cabeça, para proceder ao exame, vi então, um militar de cerca de 20 anos, com uma metralhadora apontada para o meu peito, pois eu estava examinando o detento, e suas ordens eram para não deixar o terrorista fugir, em espécie nenhuma.
A sensação que senti foi indescritível, ainda mais porque o jovem militar também estava muito constrangido.
Parei de fazer o exame físico e fui conversar com o residente de cirurgia, que, com grande categoria, explicou ao militar a situação do detento acidentado, dizendo que ele ia ser internado e não havia condição nenhuma dele se locomover espontaneamente, por isso podia abaixar a arma.
Foi com alívio que voltei a cuidar do paciente…
2 comments
Leave a reply Cancelar resposta
-
BENDITO PÊNIS por Bonno Van Bell
4 de novembro de 2019 -
A INDEFECTÍVEL, AINDA QUE EMPÍRICA, “ESCALA DE MAMED”, Eduardo Berger
17 de março de 2018
PATRÍCIO MALHEIRO: NEFROLOGISTA DE FORMAÇÃO, HUMORISTA NATO por Eduardo Berger
21 de janeiro de 2021MAIS LEMBRANÇAS QUERIDAS, por Carlos Roberto Martins
5 de agosto de 2019
© FMUSP - TURMA 52 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Era difícil! Nosso grupo de internato teve um paciente que ficava sendo vigiado dia e noite por militares e já estava negociando com São Pedro a sua entrada para o céu, pois o inferno ele já tinha vivido.
E o Pio, com aquela cara de anjo, que teve que sumir de noite para o dia?