sexta-feira, julho 26

QUEM FOI DANTE NESE, Eduardo Berger

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Dante Nese… uma figuraça da Casa de Arnaldo!

Foi secretario da FMUSP por muitos anos (30??) e o cargo que ocupava “morreu” juntamente com sua própria morte (a secretaria cedeu espaço para a chamada diretoria executiva). Não há praticamente nenhum registro sobre sua vida, sua obra. Um esquecido total…

Tinha uma personalidade controversa, era um disciplinador, por vezes, um “paizão”. Estou certo que em seu íntimo conviviam ternura e rispidez, fazia o tipo de durão, mas tinha um bom coração.

Tinha lá seus defeitos, não há dúvida… e estes foram prodigamente decantados em dezenas de quadros e piadas do SHOW MEDICINA; foi, seguramente, de todos os tempos do SHOW, sua principal “musa inspiradora”!

O considero, no fundo, um injustiçado: o “cara” foi secretário, mas somava “funções” de auxiliar do zelador, chefe dos bedéis, supervisor da manutenção e da segurança, responsável por tudo o que ocorria na Casa (desde a ordem e disciplina do corpo discente, passando pelas atividades dos docentes, até a verificação do conserto das goteiras do prédio!). Tudo passava por suas mãos, ele vivia a Faculdade, era o homem dos sete instrumentos!

Foi o idealizador do Museu da Faculdade e, para sua instalação, sei que obteve parcos recursos… batalhou muito, mas não obteve sucesso.

Nunca recebeu, o reconhecimento e as homenagens que merecia. Cuidou da Casa de Arnaldo mais e melhor do que da sua própria. Algumas passagens da vida do nosso amigo Luiz Nese – ele me confidenciou – comprovam essa assertiva (veja em comentários)

Ele era Filho de Arnaldo (25ª turma) e da co irmã do Largo de São Francisco (onde colou grau, já com 18 anos de medicina).

Eu, assim como a grande maioria dos alunos de então, sempre tivemos a maior bronca do Dante; tudo fazíamos para cutucá-lo, para zoar com ele – no SHOW e nos corredores da mãe Faculdade – mas hoje reconheço seu valor.

FOI DAQUI QUE ELE NOS DEU, TALVEZ, A MAIS IMPORTANTE NOTÍCIA QUE TIVEMOS EM NOSSAS VIDAS!!

O VERDADEIRO IDEALIZADOR DO MUSEU DA FMUSP  (conforme depoimento do Dr Luiz Nese Neto)

ET – Comentem, enviem seus comentários, seus relatos…

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APÊNDICE:

Excelente contribuição do amigo Dr Fernando Augusto de Campos Pupo Anhaia Leite!

O Professor João de Aguiar Pupo, notável Professor Catedrático da Casa de Arnaldo, num passado não tão longínquo, homenageado pelo Dr Dante Nese.

O Estado de São Paulo – 28/04/1990

 

 

 

22 comments

  1. ALZIRA TEIXEIRA CLAUZET 23 abril, 2018 at 14:41 Responder

    Apesar da bronca que nós tínhamos , ele olhava por nós. Quando recém formada, vivendo de uma bolsa da FAPESP, ele me chamou e perguntou se eu estava recolhendo para a aposentadoria. Imagina? Eu nem pensava em ficar velha… Tanto insistiu, me explicou, e me orientou , que eu fui atrás, e apesar de ter ficado 5 anos na Itália, continuei recolhendo.Hoje vejo como valeu a sua insistência. Valeu NESE!

    • eduardo berger 24 abril, 2018 at 09:28 Responder

      Espero que o Luiz Nese Netto possa relatar algo mais preciso, pois consta que toda sua luta para constituir o Museu da Faculdade foi como que usurpada pelo Prof Carlos da Silva Lacaz que “nada fez e recebeu as glórias” – será?

  2. eduardo berger 15 maio, 2018 at 14:36 Responder

    E não é que o Luiz Nese Netto me contou uma passagem que dá a dimensão da dedicação do velho Dante à Casa de Arnaldo? Segue abaixo:
    “Eu era ainda um adolescente; voltávamos de um compromisso social, meu pai guiando seu carro. Já passava de meia-noite e, nitidamente, ele desviou da rota de nossa residência, para passar em frente à sua ‘casa principal’ – disse que era sempre bom dar uma olhadinha para ver se estava tudo certo. Já na Avenida Doutor Arnaldo, em frente à Faculdade, eis que ele observa uma luz acesa no 2º andar! Pronto: parou o carro e entrou no prédio… Ao voltar, aliviado, disse: não havia ninguém, foi só apagar a luz”…

  3. Samuel Abramavicus 16 maio, 2018 at 20:20 Responder

    Não tenho dúvidas de que foi graças ao GRANDE SECRETÁRIO Dante Nese que economizei na época três mil não lembro o nome da moeda,
    Ele liberou a meia noite as lista dos alunos que tinham entrado na FMUSP
    No dia seguinte teria que fazer inscrição na Santa casa
    Fez propositadamente para quem tivesse entrado na Santa Casa não tivesse a despesa
    VIVA O DANTE NESE. Merece ser lembrado!!!

  4. Roberto Anania de Paula 19 maio, 2018 at 12:44 Responder

    Devo ao Dr. Dante um agradecimento. Em março de 1965, fui o primeiro a ser transferido oficialmente através de concurso público. Havia, 3 vagas, 29 candidatos e fui o único aprovado após provas escritas e práticas. Ainda na EPM, após ser notificado da minha expulsão pelo centro acadêmico local, solicitei meu histórico escolar e apresentei ao Dr. Dante. Ele me disse, menino os papéis estão em ordem, mas sua matrícula só será oficializada após a reunião do Conselho Universitário (CU) a ser realizado no início do mês de junho. Preocupado, perguntei a ele se caso o conselho não aprovasse, perderia o ano? Ele não teve dúvida. Disse : pode frequentar as aulas , eu garanto. Sua aprovação é irreversível. E assim fui carinhosamente recebido depois de uma aula de Micro , após a apresentação do saudoso amigo Lourival de Campos Novo, na ocasião chefe da 52a. Dois meses depois o Conselho aprovou minha transferência por unanimidade.

  5. Paulo Cesar Sandler - 56ª turma da FMUSP 2 novembro, 2018 at 16:54 Responder

    Primo do Berger que sou, considero uma honra maior, essa possibilidade de escrever na página de vocês, apesar de ser um reles calouro (turma quatro anos depois). A FMUSP foi um sonho de minha adolescência… e sonho é uma coisa que sempre fica. Logo no seu primeiro ano, o “primão” levou os priminhos e irmãos para ver o Show Medicina. Falei para mim mesmo, “quero entrar na Faculdade do Dudu”. Demorou três anos.
    Para mim, pareciam uns duzentos…
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    Dante Nese, posso dizer, salvou-me de um destino ruim… e mais de uma vez!

    Tudo começou com D. Ana, irmã dele, e o marido, “Seu” Carmine, vizinhos de casa quando eu era muito pequeno e andava de velocípede por ali. Por razões que desconheço e nunca conhecerei, D. Ana gostava muito da criancinha que fui naqueles anos ‘50. Uma senhora sem filhos, profundamente católica, educadíssima…. pode ser que pelo fato de, uma vez ou outra, a ajudei na distribuição que fazia para uns mendigos do bairro, de pratos de macarronada ao sugo preparados por ela mesma.
    Da. Ana soube, acho que por minha mãe, que “o Paulinho tinha entrado na Medicina”. Eu não sabia desta conversa.

    Logo no primeiro dia em que fui para a Faculdade, dois veteranos rasparam minha cabeça e se preparavam para me pintar, anunciando que seria eu o próximo para fazer o bundograma. Falei que eu sabia bem o que era bundograma, que meu primo Eduardo Berger já tinha falado três anos antes. Arregalaram os olhos, não acreditaram que eu era primo do Berger. Neste momento, aparece do nada um homem tão baixinho quanto eu, meio carrancudo e com um sotaque inconfundível:
    “Ó você ai”! (falou meu nome completo) – “vem cá comigo, ó menino. O dotoire Nese me mandou te levaire para a scretaria.”
    Aliviado e surpreso, me perguntei o que será que eu tinha aprontado para ser levado direto “para a secretaria”, as aulas nem tinham começado!
    Subimos uma escada, tudo me parecia tão grande… mármore para tudo que é lado. Portas de madeira escuras, com vidro.
    Um homenzarrão de paletó e gravata e bigode e voz que me pareceu tonitruante foi logo falando, “Olha aqui, eu sou o secretário da Faculdade. Sou o Dr. Dante Nese. Gosto muito do seu pai! Conheço muito ele, faz tempo! Já falei com ele, que a primeira coisa que iria fazer hoje seria falar com você. Você é o Paulinho, hein? Parabéns por ter entrado aqui. É a melhor faculdade do mundo! E a Ana falou comigo. Você sabe quem é a Ana, não sabe?”
    Gaguejei, pois não fazia a menor ideia de que Ana ele falava….
    Por sorte, ele não esperou a resposta. Tinha certeza de que eu conhecia a Ana. Se tivesse dito… “Dona Ana”, bem, eu certamente saberia.
    “Olha, você vê se vem aqui estudar com a gente, ouviu? Não vai pro Experimental, não, este negócio não vai dar certo. Este pessoal quer fazer isto mas não vai dar certo. Entendeu? Vão te pedir para assinar uma lista, escreve que vem estudar com a gente. Vai ser na semana que vem, vocês todos primeiranistas tem que vir até aqui para assinar. Aliás, não. Vocês vão no teatro e vou explicar tudo para vocês, vai o diretor também, o Dr Meira. E qualquer coisa, pode vir falar comigo. Lembra do meu nome? Dr Dante Nese. Não esqueça. Ninguém vai mexer com você, hein? Pode dizer que é meu amigo. De hoje em diante você é meu amigo.”

    Dispensado, com direito a um tapinha nas costas, desci as escadas: lá de cima, ele repetiu: “Gosto muito do seu pai. A Ana gosta muito de você. Ah, não vai embora, pera ai, quero antes te apresentar a Egle, ela é nossa sobrinha!” E lá fui eu, subindo a escada conhecer a Egle, que era secretária do secretário.
    Êta vida cheia de surpresas, esta dos calouros da FMUSP daqueles tempos.

    Tenho mais passagens do Dr Dante…

    • Eduardo Berger 3 agosto, 2019 at 10:37 Responder

      Primo Paulo, nosso calouro, notável psiquiatra-psicanalista, “filho de Arnaldo” que honra “sua Casa”, seu relato me comove e me transporta ao nosso tempo de infância, na provinciana Vila Clementino, naqueles casarões da Rua Tangará.
      Era quase uma comunidade, aquelas três residências contíguas, onde o patriarca Salomão Lerner, nosso venerável “Zeide” (avô) se instalou com suas três meninas e seus maridos e nós, a “netaiada”. Tudo bem que eu e meus pais permanecemos pouco tempo naquele endereço, mas a maioria do clã lá ficou e se criou. Só que havia uma quarta casa, vizinha, a do “seu” Carmine, cuja esposa Dona Anna, como vc bem disse educadíssima, católica fervorosa e praticante do bem e da boa vontade, gostava muito das criancinhas.
      Lembro-me bem de nossa amada tia Noêmia contando coisas sobre Dona Anna: “- Ela tem um irmão que é advogado e médico! Formado na Universidade de Sao Paulo! Dizem que ele é boníssimo, extremamente amoroso e dedicado à sua esposa, uma mulher ainda jovem, mas muito doente… ele a carrega-a no colo e trata com muito carinho – chama-se Dante”!

  6. Paulo Cesar Sandler - 56ª turma da FMUSP 6 novembro, 2018 at 11:19 Responder

    No primeiro ano, para muitos, eu nem tinha nome: era o “Primo do Berger”… Fui trabalhar no Departamento Científico do CAOC, entre outras coisas, e fui conhecendo queridos amigos: Ranoya, Lalaina, que deu aula trote para nossa turma, Waldir, Lincoln, Atila, e outros estrelos e participantes do Show, como Nelson Montag, Mathias, Valentim.
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    No segundo ano, Dr Dante Nese – ele de novo – me salvou de ir para a cadeia.

    Eu havia organizado um curso sobre “Métodos de psicoterapia”, com quatro turmas, mais de 400 pessoas, muitas de fora da faculdade. Ocupamos, com a intermediação do Dr. Dante, os anfiteatros dos dois primeiros andares. O diploma era branco e dourado, impresso em papel de qualidade, muito melhor do que a dos diplomas verdes do CAOC. O curso tinha sido oficializado pela Faculdade – um luxo! Eu tinha um bom trânsito com Dr. Dante Nese…
    O pessoal que ia dar aulas de como fazer psicodrama, docentes da psiquiatria, entusiasmados com a disposição das carteiras, resolveram mover as mesas centrais dos anfiteatros, para fazer um “palco”. Um deles tentou fazer isto no anfiteatro do Prof. Lacaz. Não conseguiu. Chamou outro psicodramatista, e os dois arrancaram a mesa do lugar. Equipada com tubos de água, torneira, e um bico de Bunsen, com tubulação de gás, tudo funcionando… imaginem o que ocorreu!
    Meu colega de turma Mauricio, que organizava os cursos comigo, logo colocou o dedo no tubo de água: passou a ser chamado de “menino holandês” . Enquanto isto tentei procurar algum registro e não achei nenhum; saí correndo para avisar o “Seu” Américo, que quase me esganou ao saber do ocorrido. Fizemos uma gambiarra com uma rolha que milagrosamente saiu do bolso do “Seu” Américo.
    Demorou para fechar os registros de água… e a água invadiu o porão, ao lado do CAOC, estragando uns arquivos da Faculdade, além de mofar a sala do Prof. Lacaz.
    No dia seguinte: reunião extraordinária da Congregação. O diretor da Faculdade, Paulo de Almeida Toledo, que era novo no pedaço, chamou policiais e outros agentes que já foram dizendo, “Nem precisa fazer investigação. Isto é coisa de agitador comunista”.
    Alguns professores concordaram, raciocinando (se é que isto pode ser chamado de raciocínio): “Sem dúvida. Comunista é gente que não estuda, querem apagar as notas porque foram reprovados”!
    “Seu” Américo explicou que tinha havido um curso e disse que o responsável era eu. Foi junto – achava que podia proteger “o estudante” – com dois grandões de paletó e gravata para me pegar na sala de aula. Os taiss puseram a mão, em cada um dos meus ombros e foram me levando para fora da Faculdade. Perguntei, muito assustado, para onde eles iam me levar? Achei que era o DOPS… não responderam, nem me olharam, e um deles perguntou para o outro, “Vamos prá Tutóia direto?”. Eu não sabia o que havia na Tutóia, até fiquei meio tranquilo, pois morava perto desta rua.
    Cruzamos com Dr Dante na porta da Faculdade – ele estava esperando nossa saída. Ficou muito surpreso. “Paulinho, o que é isto? Foi você? Não pode ser!”. Tremendo que nem vara verde, expliquei rápido para ele. “Olha aqui, o Paulo não sabe o que está fazendo. O Paulinho é meu amigo, vocês não vão levar ele, de jeito nenhum”. Pareceu-me que os dois grandões, que continuavam silenciosos, ja conheciam o Dr Dante. Ele me perguntou: “Você vai me dizendo aí o nome dos professores do curso e faz o seguinte: escreve uma carta dizendo o que aconteceu e manda eles assinarem. Está bom assim? (A pergunta era para os dois grandões). “Vocês é quem sabem. Acho que devíamos levar este aí”. Passei o dia inteiro com os dois grandões junto de mim enquanto fazíamos o relatório e deram-se por satisfeitos com as assinaturas dos professores. Dr Dante me livrou de uma gelada. Era a época do AI 5…

  7. Paulo Cesar Sandler – 56ª turma da FMUSP 6 novembro, 2018 at 11:40 Responder

    No quinto ano, eu e a Ester, que cursava o Experimental, resolvemos nos casar..
    Luiz Olimpio, chefe da sala de choque, ficou furibundo e disse que interno não era “gente para ficar se casando”. Expliquei que tínhamos bolsas da FAPESP, que eu trabalhava em um hospício, que tinha um dinheirinho, e minha explicação deixou-o mais furibundo ainda. “Ah, você trabalha fora? Vai ser expulso da Faculdade!”, e “me entregou” ao CASE; Sebastião Sampaio que também era amigo de meu pai, com seu jeito estabanado, falou para Luiz Olimpio para “passar outro dia” e não quis saber do assunto. L.O. “resolveu o assunto”: tascou uma escala de plantões na Sala de Choque onde eu teria que sempre trabalhar no turno de 12 horas da noite, durante um mês. “Quero ver você dar plantão no hospício, agora!”, berrou, dando risadas. Avisou que teria uma prova, e que não adiantaria que eu fosse bem, que nem iria corrigir a minha, ia dar zero e pronto: eu iria repetir de ano.
    Meus colegas ficaram revoltados! Movemos mundos e fundos e fomos falar com o Professor Ulhoa Cintra. Que falou, “isto não é de minha alçada”, autorizando tacitamente Luiz Olimpio a fazer o que quisesse. Falei com alguns professores, como Israel Nussenzweig e o genro do Prof. Cintra, que era psicanalista e amigo de meu pai. Não tinha jeito. Fui me acostumando com a ideia de repetir de ano, e pensando se podia esmurrar o Luiz Olimpio, ou colocar umas coisas na fechadura da porta do seu carro, ou furar os quatro pneus…
    Descobri que um homem, tão eficiente lá nas adrenalinas e volumes urinários, e contas em calculadoras elétricas na Sala de Choque, tinha uma capacidade notável em fazer inimigos, e então eu era apenas mais um.
    Passaram-se uns dois meses, cruzei com Dr Dante no estacionamento da Faculdade; homem sensível, olhou para mim e foi perguntando: “O que aconteceu, Paulinho, você está muito triste, o que foi?”. Nem perguntou se eu estava triste, foi falando direto. Não falei nada, ele viu por si próprio. Contendo o choro, contei a “história”. Dr. Dante ficou MUITO zangado: “este Luiz Olimpio, mas que… (saiu um palavrão). Ele me paga, (outro palavrão). Já criou confusão com meu filho (mais um palavrão), quem ele pensa que é? Pensa que é o rei? Pensa que manda? Avisei que a próxima injustiça que fizesse, ia ver uma coisa, ele vai ver o que vai acontecer com o doutorado dele! Deixa comigo! Acabou o doutorado! Você é meu amigo! Deixa comigo! Ele não vai te reprovar, não!”.
    Foi só aí que soube que o Dr Dante tinha um filho – que estudava na classe de vocês!
    Um mês depois, passei de ano!
    Cruzei com Luiz Olimpio no hospital: “Pô, você é um sacana. Tinha que falar com o Dante? Porque não me avisou que o conhecia?”. De onde tirou a ideia de que eu precisava avisa-lo disto, não sei.
    Contei o desfecho para meus pais, que lembraram de uma coisa: “Dante adora a irmã dele; Ana praticamente o criou; foi ela quem pagou a Faculdade para ele!”
    De vez em quando, a sorte pisca para a gente.
    Este foi o Dante Nese que conheci.

  8. Otavio Nese 1 agosto, 2019 at 22:49 Responder

    É com muita satisfação e saudades que li todos os comentários aqui publicados de meu pai Dante Nese. Eu sendo o caçula de 4 filhos e recordando seu aniversário hoje fiz uma rápida busca no Google e descobri este site. Posso-lhes garantir que o Dr Dante era exatamente esta pessoa de coração imenso e muita fé! Mesmo não tendo o reconhecimento merecido o que importa é tudo o que fez por todos que ali passaram e que certamente deixou boas lembranças e recordações. Parabéns a todos e obrigado Fiquem com Deus!

    • Eduardo Berger 3 agosto, 2019 at 10:08 Responder

      Obrigado pela sua mensagem, Otavio!
      Sou o administrador desse site, médico formado em 1969, fui o presidente da comissão de formatura e colega de turma do Luiz Nese Netto.
      Uma surpresa para mim: não sabia que o Dr Dante tinha mais filhos…
      Fiz uma pequena matéria sobre seu pai, essa que vc leu, e há mais pequenas citações sobre ele no site – acho que a memória dele merece mais dados a serem acrescentados.!
      *Se vc puder me ajudar, mande por favor!*
      Forte abraço

      • Eduardo Berger 3 agosto, 2019 at 10:14 Responder

        RESPOSTA DE OTAVIO AUGUSTO NESE
        “Como disse, surpresa nossa!
        Sim, meu pai ficou viúvo da mãe do Luiz e casou, anos depois, com minha mãe Dona Helena. Trabalhavam juntos na Faculdade. Não sei se recordam dela… Tiveram 3 filhos nesta ordem Marco Antonio; Flavio Jose e eu Otavio Augusto.
        Comentei com o Luiz do seu site.. ele não conhecia também. Eu passei o link para ele acessar. Certamente terá muito a contribuir rsrsrs. Eu mesmo lhe digo que minhas lembranças são de infância mesmo. Pouquíssimo da Faculdade, a não ser alguns nomes conhecidos …
        Quando vocês se formaram eu tinha 3 anos rsrss..
        Nos vamos lendo daqui os comentários e tendo alguma contribuição, colocaremos.
        Forte abraço a todos! E mais uma vez obrigado pelas lembranças carinhosas de meu pai!”

  9. Fernando Augusto de Campos Pupo Anhaia Leite 3 junho, 2021 at 16:50 Responder

    Revendo aqui alguns documentos do álbum de família feito por meu avô, Engº Alceu de Campos Pupo, vejo um artigo guardado por ele, a respeito do seu primo Dr. João de Aguiar Pupo. Referido artigo foi publicado no Jornal O Estado de SP em 28/04/1990 (18 dias antes de meu avô falecer, aos 84 anos) e é da lavra do Dr Dante Nese. Muito interessante e histórica a homenagem feita por ele ao Dr João de Aguiar Pupo. Agradeço e saúdo a todos aqui. Abs, Fernando A C Pupo A Leite

  10. EDUARDO BERGER 8 junho, 2021 at 11:05 Responder

    Extremamente honrado com a sua visita, prezado Dr Fernando Augusto.
    Da mesma forma, muito agradecido pelo seu depoimento e pela foto do artigo do Estadão! (Foi anexado como “apêndice” na matéria acima, sobre o nosso Eterno Secretário).

    • Fernando Augusto de Campos Pupo Anhaia Leite 8 junho, 2021 at 12:04 Responder

      Que bacana! Fico muito grato e contente por ter contribuído aqui, um pouco que seja, com a história da Faculdade de Medicina de São Paulo. Aliás, tenho outro detalhe que gostaria de anotar neste democrático espaço: meu avô Alceu de Campos Pupo (a quem me referi no post acima), formou-se como engenheiro civil pelo Mackenzie, em 1930. Em 1932, participou ativamente da Revolução Constitucionalista e , no ano seguinte, ingressou no Grupo Carvalho & Meira, proprietário da LaFonte Fechaduras, empresa que era administrada pelo Sr. Carlos Vieira de Carvalho, filho do Dr. Arnaldo. Meu avô trabalhou ali até 1960, chegando a ocupar o mais alto cargo (Diretor Superintendente). Dr. Carlos era muito amigo dele e tinham muita confiança durante longos anos. Meu avô me contou que, inclusive, estava junto com o Dr. Carlos Vieira de Carvalho em seus últimos momentos de vida. Grandes histórias, grandes Paulistas! Se eu encontrar algum outro material pertinente a respeito, trago aqui. Abraços, Dr Eduardo Berger e demais médicos, a quem parabenizo pela dedicação tão valiosa nesses momentos difíceis que a humanidade atravessa.

      • Ruy marco Antônio 8 junho, 2021 at 14:42 Responder

        Assim como o Roberto Anania, também cheguei após concurso, transferido da UNICAMP. Comecei o terceiro ano, muito perdido, por fora, com uma turma que já estava irmanada.
        Conheci Dr Dante durante o concurso, sério, ativo e, após aprovação minha e da Masa, é que vim a conhecê-lo bem. Apesar da cara de bravo, ele era todo coração. Nos acolheu e sempre nos recebeu para uma conversa ou orientação, e seu amor à casa de Arnaldo era contagiante.
        Das minhas lembranças do período da Faculdade, sempre vou recordar do Dr Dante com muito carinho e gratidão.

  11. Décio Kerr Oliveira 8 junho, 2021 at 22:09 Responder

    Tomei ciência desta história há pouco tempo e achei a reação do Dr. Dante Nese muito nobre. Depois de uma reunião do CAOC no nosso tempo na faculdade um dos participantes levou para o secretário Dante Nese uma lista com o nome dos participantes da esquerda presentes e atuantes nesta reunião. Como meu pai, colega de turma do Dante, sempre dizia, inocentes úteis existiam em ambos os lados. O secretário da escola, naquele seu jeitão super direto, nem quis ver a lista e disse não ter nada a ver com isto. Atitude de um verdadeiro paizão para nós que na época não reconhecíamos.

  12. Roberto Assad 29 julho, 2021 at 16:43 Responder

    Obrigado pelo seu trabalho Sempre Diretor do Show! EDUARDO Berger, parabéns pela iniciativa e justiça que foi resgatada. Acho que temos todos algum agradecimento ao Dr Dante Nese. A presença constante de seu nome no show é evidente prova de sua importância para nós. A QUINQUIN, 55ª Turma, se associa às justas homenagens.

  13. Wolfgang Günther Wilhelm Zorn 14 agosto, 2021 at 16:20 Responder

    Seis anos na casa de Arnaldo e só agora conheço o verdadeiro “Dante Nese”. Meu respeito ao Eduardo Berger por esta revelação.

    • EDUARDO BERGER 17 agosto, 2021 at 10:23 Responder

      Obrigado Wolfgang! Vc é um bom amigo!
      O Dr Dante também foi amigo, mas não era somente o “tiozão bondoso”… tinha seus pecados. Hehehe

  14. Marisa Nieri de Toledo Soares 25 fevereiro, 2023 at 12:25 Responder

    Também não conhecia esse lado do doutor Dante Nese. Sabia que ele era o Pai do Luiz e que era muito austero, desconhecia esse seu lado protetor e acolhedor. Li todos os postes sobre ele no nosso site bem como os comentários sobre ele. Fiquei emocionada. O Nese teve a quem puxar, com esse maravilhoso coração italiano que ele tem.

  15. Luiz Nese Netto 31 janeiro, 2024 at 15:51 Responder

    Caro Berger Li tudo sobre meu Pai inclusive os comentários. Como resultado muita saudades muitas recordações e muitas lagrimas!

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