sábado, julho 27

A DOR DE BARRIGA DO VIZINHO, Eduardo Roque Verani

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Esta não foi no consultório, mas sim num atendimento domiciliar…

Estou em meu apartamento, sossegado, dez e meia da noite, casado há um ano, quando toca o interfone. Era um morador do prédio que, aflito, queria que o consultasse, pois estava com uma tremenda dor abdominal. Fui (atendi a vários vizinhos e sempre cobrei consulta domiciliar, senão me chamariam à toa). Cheguei ao apartamento, a esposa e o paciente aflitos, examinei-o. Abdômen ligeiramente distendido (cólon D). Palpei, palpei, percebi que era um inofensivo meteorismo. Comprimo o flanco D, massageio e, de repente, um flatus ecoou no quarto. Imediatamente o paciente sentiu grande melhora. Levantou-se agradeceu e perguntou quanto lhe devia. Disse-lhe o preço da consulta e ele, com alguma surpresa, pediu à esposa que trouxesse o talão de cheques. Preencheu, assinou e me acompanhou até a porta. Perguntei se estava bem agora e ele, gozador, me disse: -“doutor, esse foi o pum (na verdade usou uma palavra mais chula) mais caro que soltei na vida”!

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