segunda-feira, outubro 7

PÍLULAS DA 52ª, diversos colaboradores

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  1. Marco Antonio Viegas Lobo: Uma paciente com peripaque resistente a todas as manobras e nada… eram 11 da noite e, se não me engano, foi o Anania que falou perto dela: Já é tarde e o PSM vai fechar. Se essa senhora não acordar, ela fica aqui com os cadáveres até amanhã. Não deu outra, acordou rapidinho dizendo o de sempre: “onde estou”?
  2. Bonno van Bellen: Alguém lembra daquela aula inaugural da Farmaco, em que foi feita uma demonstração com coelho? Injetou-se alguma coisa no reto e depois, um papel de filtro molhado com não sei o quê na frente do nariz fez duas marquinhas negras, por causa de reação química com a prata. Era para demonstrar a absorção pelo plexo venoso retal. Mas quando o Prof perguntou o que tínhamos aprendido, alguém do fundo falou baixo: “nunca segurar um peido. Pode dar mau-hálito”.
  3. Domingos Lalaina Junior: Uma vez, no porão, Lincoln, da turma anterior, “informou” a um calouro onde fazer exame médico para a piscina da Atlética. Era na sala do Dr. Alvarenga, na Histologia. Lembram do querido Alvarenga, pobre infeliz, sempre engravatado, quanta paciência conosco? Na referida sala estaria o bedel, o careca “Junqueirão”, vestido esportivamente. Vocês podem imaginar o que aconteceu…
  4. Domingos Lalaina Junior: Eu dei uma aula trote. A matéria era Medicina Hospitalar. Matéria nova, a turma seria a primeira a ter aulas práticas com pacientes logo a seguir. Como introdução, a aula versou sobre as três grandes síndromes de toda a Patologia: a Hipertônica, a Hipotônica e Mesotônica. E daí por diante, com lição de casa e tudo. Vários colegas interpretaram os assistentes. Após o desfecho final, com a gozação e tudo, houve calouros que, dias depois, no porão, vinham me perguntar algo sobre a “tarefa”!!!
  5. Decio Oliveira: Que delícia 😋 relembrar estas passagens destes momentos tão importantes das nossas vidas. Imaginem o orgulho que eu sinto por ter sido “Chita”, no Show Medicina, e aparecer na foto a caráter e de máscara. O mais difícil foi atravessar o palco agarrado no cipó que o Porto instalou pra gente sem enxergar nada dentro daquela máscara de gorila. Kkkkkk.
  6. Eduardo Verani: Viagem à Europa, 1968. Munique, numa cervejaria, jamais choperia. Japur pede ao garçon: “Ein chope”. O garçon: “Was?” Depois da terceira pedida do chope e do terceiro “was?” do garçon, Japur desabafa: “Que catso de alemão é esse que não sabe o que é chope, porra?”. Grande Japur!
  7. Decio Kerr Oliveira: Plantão inesquecível no PS Ortopedia – Na tarde do dia 20/07/1969, quando Neil Armstron e Edwin Aldrin pousaram na Lua, estávamos de plantão como internos no PS da Ortopedia e pudemos assistir, embasbacados, as cenas em branco e preto da conquista espacial americana. E pensar que ainda tem gente acreditando ter sido um filme da Nasa pra enganar os russos e o mundo, pra ficar na frente da corrida espacial! O Vale da Lua, em San Pedro de Atacama no Chile, poderia muito bem ter sido o cenário da trama.
  8. Alzira Teixeira Clauzet:  Estrogonofe  no DF do C.A.O.C. – Uma vez por ano nós do Departamento Feminino do C.A.O.C. fazíamos um almoço para angariarmos fundo para melhorarmos as instalações do D.F. O que ninguém imaginava é que o filé mignon do estrogonofe era colchão mole cozido de véspera para ficar macio, e que os arranjos das mesas eram feitos com flores fresquinhas colhidas nos túmulos do Cemitério do Araçá.
  9. Domingos Lalaina Junior: De tantos causos, já não me lembro se aconteceu comigo presente ou não, e ele tenha me contado. Tempo da faculdade. Eu era freguês contumaz numa pastelaria da Teodoro Sampaio, onde um rapaz chinês ficava no fogão, a esposa o ajudava e a sogra ficava no caixa e atendia os pedidos. O parentesco fiquei sabendo pela esposa, quem melhor falava o português.
    Acho que a sogra era surda, pois falava quase gritando.
    “QUE QUÉ!!!?”
    Eu, sempre um tanto assustado, pedia o sabor, sempre carne, queijo ou palmito.
    Me intrigava o volume tão alto da voz dela. Aí, entra na estória Verani. Contei a ele e, juro, posso ter criado uma falsa lembrança. Isso ocorre, é possível. Lembrança na qual ele vai  comigo e faz o pedido.
    Ela:”QUE QUÉ!!!?”
    Ele, gritando mais alto ainda:  “PASTÉ!!!!!”
    Susto maior ainda, inesperado.
    Ela achou normal…
    Verani, diga se lhe contei o que acontecia e você fez isso sozinho e me contou, ou se estávamos juntos… De qualquer forma, é de chorar!…
  10. Eduardo Verani: Uma boa aconteceu comigo ainda no cursinho . Eu ia, com um amigo, para São Roque aos sábados, no suburbão da Sorocabana. Saía do cursinho e íamos  a pé até a estação (hoje Sala São Paulo). Passávamos na Salada Paulista e às vezes a fome nos fazia entrar. Esse meu amigo, enjoado como eu para se vestir, estava com um belo suéter, acho que de Monte Sião, orgulhoso como se estivesse vestindo um cachemir inglês e eu, para variar, com uma “ écharpe” recém adquirida na Picadilly da Av. Ipiranga com uma sobrinha da mesada (fazia um friozinho gostoso em Sampa). Entramos com uma fome daquelas, havia umas meninas até atraentes do outro lado do balcão, que nos olhavam indisfarçadamente. Estávamos meio duros, chamei o garçon  e, baixinho, pedi: -“Dois sanduíches de mortadela no pão com manteiga na chapa. Embrulhe que vamos comer no trem”. As meninas continuavam nos olhando, agora com certa troca de sorrisos… estávamos abafando! O garçon, que estava a um quilômetro do chapeiro, delicadamente ordena, com a voz de um Pavarotti: -“Manda dois miséria na graxa pra viagem“. A Salada Paulista inteira riu. As meninas fecharam os sorrisos, eu virei as costas para o garçon e meu amigo, se o bar ainda existisse, devia estar até agora embaixo do balcão. Na verdade, aquele sanduíche de mortadela no pão com manteiga, era melhor que um “Coq au vin” do La Casserole, no Arouche. As meninas, viraram sonho…
  11. Domingos Lalaina Junior: No sexto ano, num plantão, atendi uma senhora que, na aparência, por seu tamanho, fazia lembrar uma daquelas mulheres vendedoras de acarajé. A queixa era dor nas costas, ha dois dias. Estava na maca. Quando fui examiná-la, “ploft”,  nasce a criança!! Daqueles. partos que chamávamos “salta caroço”. Ela, espantada, disse não saber  que estava grávida. Era una multigesta… Seu trabalho de parto foi uma “dorzinha nas costas”!!!
  12. Carlos Roberto Martins: Quando eu era residente no PS do HC, ao sair de um plantão, manhã de domingo, percebi certo alvoroço na entrada do PS. Vinham várias pessoas conduzindo apoiada pelos ombros uma placa com uma pessoa deitada em cima. Lembrava muito os andores de procissão religiosa, conduzidos da mesma maneira, com imagens de santos em cima. Era uma cena surreal, e ao me aproximar o mistério foi desfeito! Tratava-se de um bêbado que adormeceu sobre o asfalto mole, que a noite se solidificou, e o coitado não conseguiu se levantar. A solução encontrada foi cortarem uma placa do asfalto… daí.  sua entrada “triunfal” no PS!
  13. Carlos Roberto Martins: Vamos nos recordar de nossas refeições. Inicialmente comíamos no restaurante do CAOC, e a comida até que era bem razoável, se bem que um dia ou outro preferíssemos um lanche na chapa, do seu Abel.
    Quando estávamos no internato passamos a ter como opção mais cômoda o restaurante do HC, mas para mim não deixou nenhuma saudade. Lembro-me que ao abrir a porta do elevador. no andar do refeitório, quando o prato principal era frango, vinha um cheiro que me lembrava a época de minha avó, quando o frango era comprado vivo, nas feiras, levado para casa, sacrificado ou por secção da jugular ou por enforcamento, e a seguir era colocado em panela para ferver a água, para ser depois depenado! Pois bem, o cheiro era aquele mesmo, do processo da fervura da água e do depenar. Neste dia eu nem descia do elevador, ¨bóra¨para o CAOC ou seu Abel.
    Mas, a exceção mais do que honrosa e certamente que deixou muitas saudades a todos nós era o ¨bife da meia noite¨. Como era aguardado e curtido por todos!
    Outra opção gastronômica muito apreciada para os almoços era o refeitório da Ortopedia, e mesmo não sendo Residente da COT procurávamos sempre que possível uma “infiltração” por lá, na hora do almoço.
    Lembranças de uma época inesquecível…
  14. Pedro Dirceu Ortolani: A EPOPÉIA DA PRÉ-VIAGEM À EUROPA NO 5º ANO > Eu não tinha condições nenhuma de alimentar o sonho de ir para a Europa, porém sempre altruísta, me  inscrevi, incentivado pela MAGNIFICA COMISSÃO DE VIAGEM À EUROPA. “Se não der certo, ajudarei os queridos colegas a conseguir fundos para a viajem.” Cumpri rigorosamente as determinações da SUPER EFICIENTE COMISSÃO. O resultado das vendas das rifas foi tão maravilhoso, que conseguimos a viajem inteiramente GRÁTIS.
    Como estava sobrando dinheiro das rifas, aquela maravilhosa COMISSÃO comprou prêmios e forneceu talões de rifas para quem quisesse vender, com a renda ficando inteiramente com o vendedor. O sucesso foi tão grande que  conseguimos angariar fundos para irmos a  Europa, comprarmos coisas lá e ainda,  voltarmos  com dinheiro no bolso.
  15. Marco Antonio Viegas Lobo: Era tipo 6 horas, no hotel em Munique (1968), quando cheguei no bar e vi o Japur falando com o garçom… e ele reclamou pra mim: “mas que raio de garçom alemão que não sabe o que é chopp”! (Chope é uma palavra só brasileira – lá fora só tem pression beer).
  16. Eduardo Roque Verani: sensibilidade exemplar!  postado pelo administrador)

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